Brasil: 2023 tem sido um ano de reducao do pessimismo

Os meses de abril e maio têm confirmado uma reversão de expectativas da economia, com revisões do crescimento do PIB para cima e revisões de projeção de inflação para baixo. O PIB tem tido surpresa positiva com a forte safra agrícola, que apresentará um crescimento superior a 10%. Mais ainda, a safrinha, que hoje é responsável por cerca de um terço da produção anual também terá um forte desempenho, com crescimento superior a 20%, que apresentará uma safra recorde de milho, de quase 130 milhões de toneladas em 2023. O risco aqui é de um excesso de produção e gargalos em armazenamento, o que trará mais deflação e estimulará a competitividade de produtores de frangos e suínos. Aliás, o front de alimentos é uma grande contribuinte positivo para a inflação. A redução do dólar, que tem negociado em torno de R$5,00 vs uma projeção inicial do mercado de R$5,20, também ajuda. Ainda na mesma linha, o saldo da balança comercial é recorde, podendo superar US$10 bilhões em maio e junho pelo menos, o que é um saldo recorde para esses meses e foi atingido apenas em março de 2023. Parece que no final o Brasil poderá apresentar um 2023 que não será brilhante, mas tende a ser um destaque positivo quando comparado às grandes economias globais. O grande risco é novamente o comportamento do governo, precisa controlar a sua sana de gastos e preservar um resultado primário razoável que permita uma forte redução dos juros a partir do segundo semestre.