Dólar: Rumo aos R$4,50?
Um dia após o COPOM do Banco Central manter a taxa de juros em 13,75% e sinalizar uma manutenção por tempo mais longo se necessário, o dólar chegou a cair quase 2% e romper a barreira psicológica dos R$5,00, atingindo a menor cotação desde junho de 2022. Isso apesar de um cenário no qual os locais continuam pessimistas (e com certa razão) com o novo governo. Qual é a lógica disso? O primeiro ponto, é qua a taxa de juros a 13,75% está em nível bem alto, o que teoricamente torna caro apostar contra o Real, além de estimular algum fluxo para aproveitar essa gordura entre a SELIC a taxa de juros americana, por exemplo, que se encontra em apenas 4,75%, ou seja, uma diferença de 9 pontos percentuais. Outro ponto é que quando observamos a conjuntura de países emergentes, temos um problema técnico, com grande peso para China e Taiwan, que possuem um risco político exacerbado pela guerra na Ucrânia e, mais recentemente, uma certa crise de confiança com o mercado da Índia. Só aqui estamos falando de 60% do MSCI Emerging Markets... Além disso, as empresas brasileiras no geral estão baratas. Com isso, há um risco real de termo um grande fluxo de entrada de investimento estrangeiro para o Brasil. E se houver a perda desse piso de R$5,00, é muito provável que vá testar os R$4,50 até o final de abril, quando tudo está alinhado, como uma balança comercial com forte superávit advindo da exportação de soja e milho. Por isso, cuidado com o caminhão descendo a ladeira e aproveite a oportunidade, que a tendência é de termos pacotes de viagem mais módicos para o segundo semestre...