Brasil: Ano novo, novos desafios
Com o início de 2022, tivemos a importante mudança de governo. Do ponto de vista de política econômica, saiu um governo de centro direita para um governo de esquerda, que muitos esperavam ser mais pragmático e inclusivo diante de um país que terminou a eleição bem dividido. Em um primeiro momento, no entanto a sinalização de política econômica tem sido negativa, com um ministério tecnicamente fraco e uma inclinação para forte piora do resultado fiscal. Os primeiros 90 dias serão fundamentais para entendermos se o país terá uma prática diferente da retórica ou se teremos uma política econômica ruim, que com isso pressiona as taxas de juros e a inflação, atrapalhando bastante o desempenho do PIB em 2023. Mas esperamos que a realidade seja mais benigna do que a projetada pelo mercado financeiro, que está bem negativo em relação ao novo governo. No geral, a economia teve um final de ano razoável, com criação de empregos, inflação mais controlada e um bom movimento da atividade econômica. Vamos torcer para terminarmos 2023 com uma inflação próxima a 5% e um crescimento mais próximo de 2%, que se não é fantástico, é razoável dentro da atual conjuntura, com taxas de juros globais mais altas que nos últimos anos.